quinta-feira, 10 de abril de 2008

É tempo de acção e todos temos um papel a cumprir.

Perante o actual quadro, torna-se fundamental sensibilizar os cidadãos para a importância que o comportamento de cada um poderá ter, através de pequenas acções, na mitigação de impactos ambientais. O trabalho que se pretende desenvolver neste projecto pretende contribuir para sensibilizar a comunidade local para a adopção de estratégias promotoras de um desenvolvimento sustentável. Pretendemos caminhar para “comunidades de baixo carbono” fornecendo assim um contributo para o cumprimento do PNAC 2006.
De referir que, em Dezembro de 2002 a ONU, sublinhando que a educação é um elemento indispensável do desenvolvimento sustentável decide, através da definição 57/254, proclamar o período de dez anos começando em 1 de Janeiro de 2005, a Década das Nações Unidas da Educação para o Desenvolvimento Sustentável.
A educação é o agente preliminar da transformação para o desenvolvimento sustentável, aumentando as capacidades da pessoa para transformar as suas visões para a sociedade na realidade. A educação não só fornece conhecimento científico e habilidades técnicas, mas fornece também a motivação, a justificação, e a sustentação social.
Através deste projecto pretende-se criar condições para promover uma Educação para o Desenvolvimento Sustentável, através de:
- envolvimento de vários os níveis de ensino de uma forma integrada, em torno de objectivos comuns;
- envolvimento de vários actores da comunidade local em torno de um objectivo comum;
- promover um conjunto de experiências educativas desenvolvidas de uma forma interdisciplinar;
- envolvimento directo dos alunos na organização do projecto e realização de certas tarefas;
- recurso a estratégias diversificadas de ensino-aprendizagem, contribuindo para o desenvolvimento, nos alunos, do espírito crítico, da capacidade de pesquisa, de análise, de discussão, de avaliação e de decisão;
- criação de uma rede de parcerias entre entidades da comunidade local.
Pretendemos desenvolver um projecto através do qual seja possível implementar a Agenda 21 ao nível local, visando a aplicação de conceitos e ideias de educação e gestão ambiental à vida quotidiana da escola e da comunidade local.
As acções concretas desenvolvidas pelos alunos e restantes cidadãos proporcionar-lhes-ão a tomada de consciência que simples atitudes individuais podem, no seu conjunto, melhorar o Ambiente global.
Partindo de uma questão central “Como reduzir a nossa pegada carbónica?” pretende-se implementar um plano de acção que contribua para uma melhoria do ambiente da escola e da comunidade local.
Será desenvolvido um tipo de trabalho prático, que não seja meramente ilustrativo e/ou demonstrativo, mas antes investigativo, permitindo a implementação de percursos diversificados, problematizadores e reflexivos, centrando-se numa realidade concreta e local (a escola) de modo a gerar conceptualizações globalizantes que concretizem a máxima “Agir localmente e Pensar Globalmente”. Deste modo, surgem momentos em que os alunos podem debater e confrontar ideias, levando a uma maior compreensão das teorias e conceitos subjacentes ao tema em estudo. O trabalho experimental aparecerá, não como um processo linear (que caminha dos factos para as ideias), mas como um processo investigativo que envolve vários métodos e explicações, onde a criação, a incerteza, a autocrítica e a heterocrítica e o erro possam desempenhar um papel fundamental. Assim, aos estudantes do Colégio Valsassina, enquanto entidade promotora deste projecto, é-lhes dirigido o desafio de:
- se envolverem de forma activa no processo de ensino-aprendizagem;
- participarem activamente num processo de melhoria do ambiente;
- se envolverem em actividades experimentais permitindo-lhes momentos de exploração, reflexão (à descoberta de…);
- se habituarem a participar nos processos de decisão;
- tomarem consciência da importância do ambiente no dia-a-dia da sua vida pessoal, familiar e comunitária.

O problema da atmosfera e de alterações climáticas coloca-se, no fim do século XX, analogamente ao problema da terra e de uso do solo, no inicio do século XIX. Quer num caso quer no outro, o que está em causa é a relação do homem com a natureza, em que a actual formação social se confronta com limites naturais, por aí se confrontando com os seus próprios limites, posto que do ponto de vista marxista as esferas humana e natural coexistem e coevoluem. Hoje constatamos que temos de conviver com a nossa atmosfera como temos de conviver com o nosso solo: cuidando das suas reais capacidades de resistência e de regeneração, sem o que a produtividade de um e a habitabilidade do outro se tornarão barreiras ao progresso da sociedade humana ou até à sua sobrevivência a prazo.
Para evitar impactes futuros muito gravosos das alterações climáticas a UE considera ser necessário evitar que o aumento da temperatura média global, relativamente ao valor pré-industrial, seja superior a 2º Celsius. Isto implica a estabilização da concentração do CO2 atmosférico entre 450 e 550 ppmv, o que impõe reduções das emissões globais de GEE da ordem de 15% a 30%, até 2020 e de 60% a 80% até 2050, tomando como base o ano de 1990. Não existe, contudo, ainda qualquer esboço de acordo, tanto no seio da União, como com os outros países desenvolvidos ou em desenvolvimento, no sentido de viabilizar essas reduções.
De facto, as medidas de mitigação para o período pós-Quioto estão ainda profundamente indefinidas. Elas irão, porém, traduzir-se necessariamente por uma “descarbonização” intensiva da economia, que agravará o preço da energia fóssil e abrirá o caminho de transição para um novo sistema energético e para um novo modelo de desenvolvimento.
As medidas tecnológicas apresentadas não serão suficientes, só apostando numa efectiva mudança de comportamentos se conseguirá cumprir os objectivos propostos.

A ideia principal é que um problema global impõe, naturalmente, uma resposta global. Mas não haverá resposta global bem sucedida sem que cada um faça a sua parte.

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